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O Farelo de Bolacha é largamente utilizado em indústrias de nutrição animal como ingrediente nos alimentos para as mais variadas fases de crescimento dos animais. O Farelo de Bolacha é também utilizado diretamente nas granjas de suinocultura industrial. 

Queda dos preços do farelo de algodão

Data da publicação: 07/04/2015

 O preço do farelo de algodão com 28,0% de proteína bruta caiu 4,5% em março, em relação a fevereiro. Segundo levantamento da Scot Consultoria, a tonelada do alimento ficou cotada, em média, em R$618,89 em São Paulo, sem o frete.

Em relação ao mesmo período do ano passado, o pecuarista está pagando 20,8% menos. Em curto prazo, as altas de preços do farelo de soja podem dar sustentação às cotações do farelo de algodão.

Além disso, a área plantada de algodão diminuiu em 2014/2015 no país. A menor oferta de caroço e de farelo na temporada pode dar sustentação aos preços destes alimentos em médio prazo.

O plantio da segunda safra de algodão terminou em meados de março em Mato Grosso.

Fonte: Scot Consultoria

Santos deixa de exportar 400 mil t de soja e farelo por impacto de incêndio, diz Abiove

Data da publicação: 10/04/2015

Por Josephine Mason, Caroline Stauffer e Roberto Samora

SÃO PAULO, 9 Abr (Reuters) - O porto de Santos deixou de exportar nos últimos dias 400 mil toneladas de soja e farelo de soja devido a restrições à entrada de caminhões pela margem direita, em função do incêndio em tanques de combustíveis nas proximidades da área portuária, que ocorre há uma semana.

A avaliação foi feita nesta quinta-feira por dirigentes da Abiove, a associação que representa as indústrias de soja no país, indicando que a redução nos embarques do principal produto da pauta de exportação do Brasil deve ter impacto na balança comercial em abril.

As restrições para levar soja até os terminais portuários ocorrem no momento do pico de escoamento de uma safra recorde do Brasil.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, o maior porto do país e o mais importante para embarques de soja deveria exportar cerca de 3 milhões de toneladas em abril, cerca de um quinto do volume anual de embarques do complexo soja.

"A performance do porto de Santos está prejudicada", disse o presidente da Abiove, Carlo Lovatelli, em entrevista à Reuters.

A soja está sendo levada para a margem direita somente em comboios de caminhões durante a noite, com o objetivo de minimizar perdas, de forma excepcional. Com o sistema, 2.320 veículos pesados passaram pelo local nos últimos dias, segundo o governo de Santos.

Diante das restrições, a Abiove pediu autorização à Prefeitura de Santos para que a multinacional norte-americana ADM tenha autorização para receber caminhões durante o dia, em função das maiores dificuldade da companhia, pelo fato de seu terminal estar no final do porto.

Mas o governo municipal indicou a não aprovação da medida, em nota nesta quinta-feira.

"A prefeitura compreende e se solidariza com a situação dos trabalhadores e empresários do setor de Indústrias de Óleos Vegetais, mas ressalta que o bloqueio foi uma decisão aprovada pelo Gabinete de Integração", afirmou o governo em nota.

Segundo a prefeitura, as restrições visam garantir a segurança da cidade e das pessoas.

ALTERNATIVA

De acordo com o secretário-geral da Abiove, Fábio Trigueirinho, o porto de Paranaguá, que realizou investimentos recentes para elevar sua capacidade de embarques, pode atender a demanda por soja se restrições em Santos continuarem.

O presidente da Abiove avaliou, no entanto, que os problemas recentes em Santos --que ocorreram após protestos de caminhoneiros em fevereiro, afetando o transporte de mercadorias--, não chegam a diminuir a demanda da China por soja brasileira.

Ele argumentou que os chineses não têm opção melhor no momento, uma vez que os Estados Unidos já exportaram boa parte da soja nesta época e a Argentina começa a colheita mais tarde que o Brasil.

"Não há opções (de origem de soja)... (Os problemas) não são suficientes para a China dizer 'não vou comprar mais'", disse Lovatelli, em entrevista na sede da associação. "Acho que não muda nada."

A China é o maior importador de soja do Brasil, levando cerca de 70 por cento do total exportado pelos brasileiros, que disputam com os norte-americanos a liderança global na exportação do grão.

Estados Unidos, Brasil e Argentina são os três maiores produtores de soja, respectivamente. A soja foi, em março, o principal produto de exportação do Brasil. Com o escoamento da safra, a tendência é de que o grão ganhe ainda importância para a balança comercial brasileira. [nL2N0WY24T]

A Abiove representa os principais exportadores de soja, incluindo Bunge, Cargill, ADM, Louis Dreyfus, Amaggi, entre outros.

PAGAMENTOS DE MULTAS

Segundo Trigueirinho, o setor já está tendo que arcar com multas em função do atraso para embarques de navios.

"Estamos tendo alguns problemas com custos, os navios não têm soja em volumes suficientes para ser carregada no porto", disse ele, estimando as multas de 25 mil dólares devido ao atraso na atracação das embarcações. Normalmente, o pagamento da sobrestadia é feito em bases diárias.

Segundo ele, a situação só não é pior para as exportações a partir de Santos porque os terminais da margem esquerda, no município de Guarujá, estão recebendo soja. Além disso, o produto também chega para a margem direita por ferrovia, enquanto comboios de caminhões estão levando o grão nas últimas noites.

O diretor-geral acredita, no entanto, que haverá uma solução breve para os problemas.

O incêndio no terminal de combustíveis da Ultracargo, do Grupo Ultra, no distrito de Alemoa, continuava nesta quinta-feira pelo oitavo dia seguido, com focos de fogo na área ao redor dos tanques, informou a Defesa Civil do Estado de São Paulo.

Fonte: Reuters

 

Abaixo segue um artigo sobre o uso de Farelo de Bolacha (Farelo de Biscoito) na alimentação de porcas em lactação

Compre Farelo de Bolacha Direto da Fábrica de Farelo de Biscoito e Farelo de Bolacha.Farelo de biscoito em rações para leitões na fase inicial
 
Quais são os principais alimentos concentrados utilizados na pecuária leiteira
Escrito em 
 

A alimentação animal é o item de maior custo dentro do sistema de produção leiteiro, participando com 40 a 60% do custo de produção total (alguns casos pode chegar a 70%). Desta porcentagem, 35 a 45% são relativos aos alimentos concentrados. Quando o preço do leite cai, uma atitude comum dos produtores é reduzir o fornecimento de concentrados ou optar por um concentrado mais barato, na busca por reduzir custos. O que acontece, na maioria das vezes, é que a produção também cai. Assim, o prejuízo aumenta, já que o leite vale mais do que a comida.

Para não entrar neste círculo vicioso, é preciso ter o raciocínio de dieta de máximo lucro, e não de mínimo custo. Ainda assim, é possível economizar no uso de alimentos concentrados, utilizando-os racionalmente. Como diminuir os gastos com a alimentação de gado leiteiro?

    1. O primeiro passo é conhecendo bem os alimentos: Saber a composição e as propriedades do alimento é importante na decisão de incluí-lo na dieta. A análise, inclusive do preço, deve ser feita com base no percentual de matéria seca que o alimento apresenta. Um alimento barato, mas com baixa quantidade de matéria seca, pode não ser tão barato assim.
    2. Utilizando forragem de boa qualidade e disponibilidade: Quanto melhor a forragem, menor a necessidade de usar concentrados, o que torna a atividade economicamente viável. Uma boa forrageira é aquela que apresenta baixo FDN e boa palatabilidade.
    3. Balanceando as dietas: Para isso, é necessário conhecer as exigências nutricionais dos animais.
    4. Agrupando as categorias por fase de lactação e por produção de leite: Assim, o arraçoamento pode ser diferenciado, por mérito. A pesagem periódica do leite é importante para isso.

Aprofundando no primeiro ponto, a seguir serão apresentadas as propriedades dos principais alimentos concentrados utilizados na alimentação de vacas leiteiras.

  • Milho


Milho no ponto de colheita

Os concentrados energéticos, em conjunto com a forragem de boa qualidade, fornecem energia para que a microbiota rumenal utilize a proteína oferecida pela forrageira, gerando proteína microbiana e produzindo ácidos graxos voláteis. O milho é a fonte energética mais utilizada na alimentação animal.

Apresenta alto percentual de matéria seca (obviamente, dependendo da época de colheita). Tem baixa porcentagem de fibra e muito carboidrato não fibroso - o amido.

Em um sistema a pasto, apenas o milho chega a representar de 50 a 60% do custo de produção. Por isso, é preciso ser eficiente na compra. Embora não tenha havido uma grande variação nos últimos anos, na safra (março, abril, maio) costuma ser mais barato. A tendência, porém, é que os preços aumentem, já que este alimento é utilizado na alimentação humana, em larga escala na avicultura e na suinocultura e também na produção de biocombustíveis.

Opte por grãos dentados, que são mais bem aproveitados, já que são mais digestíveis. O milho Flint, de um tom alaranjado forte, possui grãos de amido circundados por uma matriz proteica, que dificulta o acesso dos microrganismos do rúmen ao nutriente. Todas as variedades, no entanto, possuem uma parte menos digestível, o endosperma vítreo, que possui a característica descrita para o milho Flint. O grão desejável, com menos "vitreosidade", é de cor clara, mas também deve ser colhido no ponto correto para que tenha maximizada a digestibilidade.

 O processo de ensilagem também ajuda neste aspecto, já que a fermentação provoca proteólise.  Melhor ainda, a silagem de grão úmido. Outros processos para melhorar a ação das bactérias do rúmen sobre o milho são a moagem fina e a floculação.


Silagem de grão úmido

  • Sorgo grão

O sorgo grão pode ser uma boa opção na safrinha, nos meses de maio e junho, com preços mais baixos do que os do milho. Ele tem a composição parecida com a do milho, mas com um pouco mais de proteína e de fibra e, consequentemente, menos amido, que é de mais baixa digestibilidade.  Por estas razões, o valor energético deste alimento fica em torno de 85 a 90% do milho.  Portanto, ao realizar a substituição de um pelo outro na alimentação dos animais, é preciso ajustar a quantidade fornecida. Uma opção interessante é utilizá-lo para a recria e para os animais de menor produção.

 

  • Melaço

O melaço é uma fonte energética altamente palatável. Porém, é bastante caro, o que exclui este alimento das opções de substituto do milho. Na bovinocultura, é utilizado como palatabilizante na ração inicial de bezerras (3 a 5% do concentrado), para estimular o consumo. Normalmente, já está incluído em rações iniciais comerciais.

 

  • Polpa cítrica

O Brasil é o maior exportador de suco de laranja do mundo. A polpa cítrica é o resíduo de laranja da indústria. Assim como o suco, grande parte da polpa cítrica também é exportada. Quando o dólar está baixo ou quando o preço do milho está mais alto, fica um pouco mais de polpa cítrica no mercado brasileiro.

Figura: Rendimentos da laranja

Este alimento é muito interessante pela alta digestibilidade e alto valor energético. O carboidrato da polpa é formado por pectina e açúcar, que são altamente degradáveis no rúmen. É fonte de fibra, apesar da fibra não ser tão efetiva quanto a da forragem.

Quando substitui o milho na dieta, consegue manter a produção de leite, apesar de deter o dobro de fibra. Isso porque o carboidrato não fibroso é muito disponível no rúmen e a fibra é de alta degradabilidade.  Porém, em vacas de alta produção de leite, não é recomendado substituir todo o milho por polpa, pois isso está associado à queda de consumo. A explicação para este fato é o efeito físico de enchimento do rúmen, devido à polpa ser muito higroscópica (absorve água).

A substituição da maior parte do milho por polpa diminui a proteína do leite. O ideal é ter uma parte de ambos. Assim, os carboidratos presentes nos dois alimentos se complementam (amido + pectina + açúcar), podendo ser muito benéfico.

Entre abril e maio, é possível fechar contratos de polpa cítrica, onde um preço fixo é estabelecido, deixando o produtor menos susceptível aos preços de entressafra de milho, que fazem com que o preço da polpa também suba. O pagamento é feito depois de retirar o produto. A polpa começa a entrar no mercado na época da safra de laranja (junho, julho).

  • Farelo de soja

O farelo de soja é a principal fonte proteica na alimentação dos bovinos, apresentando alta porcentagem de proteína degradável no rúmen (PDR). É palatável e de alta digestibilidade. O farelo é resultante da extração do óleo de soja por solventes. Resíduos de casquinha de soja compõe a fibra do alimento (FDN), que, no entanto é baixa e de excelente digestibilidade.

Apresenta alta porcentagem de matéria seca, em torno de 90%, e de proteína, cerca de 50%. Quando o farelo contém um percentual proteico mais baixo é porque ele é adicionado de casquinha de soja.

Há uma tendência de preços menores na safra (abril, março), sendo possível fechar contratos nessa época.

  • Casquinha de soja

Interessante para regiões próximas às indústrias processadoras de soja. Boa opção de subproduto para utilizar em conjunto com milho e farelo de soja. Apresenta baixa proteína (14%) e alta porcentagem de fibra (60% FDN), que é de alta digestibilidade. Quando parte do milho é substituída por casquinha, não há queda na produção de leite. Isso porque a fibra é de altíssima digestibilidade, com apenas 2,5% de liginina. Também porque o carboidrato do milho produzido no Brasil é de baixa digestibilidade. Além da economia obtida, pela casquinha ser mais barata, se ganha em saúde ruminal.

Comparar viabilidade com outras fontes energéticas, como milho, polpa e sorgo.

  • Soja grão

Alimento extremamente interessante e pouco difundido. O nível proteico é bom, além de ser muito energético. Não é muito encontrado no mercado devido ao comércio com as esmagadoras, para a produção de óleo de soja.

 Possui alto percentual de matéria seca (90%) e de NDT (99%). A fibra é baixa e de excelente digestibilidade. O limitante é a quantidade de óleo (alto Extrato Etéreo), que apresenta como consequência a redução da gordura do leite e a ocorrência de diarreias, quando oferecida acima de 2,5kg/vaca/dia. Além disso, é um alimento sujeito à rancificação depois de moído. A moagem é necessária para aumentar a digestibilidade, evitando que saiam muitos grãos nas fezes.

Há uma crença de que a soja grão tenha uma série de restrições para vaca de leite, mas na verdade não. Os vários fatores anti-nutricionais existentes no produto, que seriam um problema para mongástricos, são degradados no rúmen. O único porém é a urease, caso seja utilizada ureia na dieta, pois libera forte odor de amônia, diminuindo a palatabilidade.

Para aumentar o teor de proteína não degradável no rúmen (PNDR), são realizados processamentos de tostagem ou extrusão. O cuidado deve ser com o super processamento, já que indisponibiliza proteína.

  • Farelo de algodão

Opção interessante quando os preços de soja estão altos. Porém, contém menos energia, cerca de 40% de PB e o dobro de fibra. A fibra do farelo vem da casca do algodão, que é de baixa digestibilidade. Ao ponderar sobre a escolha entre farelo de algodão ou farelo de soja, calcule o preço do quilo de proteína bruta.

Evite o uso em dietas para vacas de alta produção, onde estaria se fornecendo menos energia e uma fibra de pior qualidade. O melhor é fazer substituição estratégica na recria e vacas secas, poupando as vacas de alta produção.

Atenção também para a composição, que pode ser muito variável, tanto em proteína bruta como em fibra. O farelo de algodão 28%, encontrado comumente no comércio, é adicionado de casca de algodão, fibra de péssima qualidade. 

A extração do farelo de algodão é feita por solventes.

*O Gossipol do farelo de algodão não é um problema para ruminantes. Pode afetar a reprodução, mas a maior parte desta substância presente nos farelos está indisponível, devido ao processamento. O caroço de algodão tem muito mais gossipol livre. No entanto, os microorganismos do rúmen degradam grande parte desta toxina. Para causar problemas em vacas, a quantidade de caroço a ser fornecida teria de ser muito alta (>7kg/animal).
  • Torta de algodão

O que muda em relação ao farelo de algodão é o método de extração de óleo, que neste caso é a prensagem. Este tipo de processamento retém mais Extrato Etéreo (óleo), e consequentemente menos PB (33%) e mais fibra (quase 60%). Para piorar, da proteína existente, parte não é disponível e a fibra é de média para baixa digestibilidade. O NDT é de 50%, o que se traduz em energia mais baixa.

  • Caroço de algodão

 

O caroço de algodão tem sido cada vez menos utilizado na alimentação de bovinos, devido ao preço alto, já que está sendo utilizado para produção de biodiesel.

Como tem em torno de 23% de proteína, o preço do kg da proteína bruta pode sair mais caro do que o do farelo de soja, que é um alimento de muito melhor qualidade, pelo melhor perfil de aminoácidos.

O caroço de algodão é bastante fibroso. A fibra, de média digestibilidade, é formada pela casca do caroço e pelo línter, que é o resíduo de algodão que fica aderido ao caroço. As sementes sem o línter possuem menor digestibilidade.

Em razão da presença do línter, o caroço de algodão é altamente efetivo em estimular ruminação, com consequente aumento na gordura do leite. Assim, em dietas muito concentradas, compostas por boa silagem de milho e farelo de soja, a inclusão do caroço de algodão é excelente para garantir a saúde do rúmen.

Atenção ao alto risco de contaminação por micotoxinas, principalmente por estocagem inadequada nas fontes produtoras.

Quanto ao temido gossipol, não é um problema, pois as quantidades oferecidas de caroço, limitadas pelo percentual de gordura do alimento, são insuficientes para causar danos reprodutivos em vacas. Machos são mais sensíveis.

  • Farelo de amendoim

Alimento com baixo percentual de fibra, de média digestibilidade. Quando a quantidade de fibra está alta é porque foi acrescentada grande quantidade de casca de amendoim.

É uma boa opção com preço de soja alto, porém há o risco de contaminação com micotoxinas. Outra questão é que há pouca padronização do produto, o que deve ser avaliado com atenção no momento da compra.

  • Farelo de girassol

Produto da extração de óleo do girassol. Apresenta em torno de 28% de PB. A fibra é altíssima e de muito baixa digestibilidade. Na alimentação animal, não é utilizado em criações de mais alta exigência, como suínos e aves. A variação na composição depende da quantidade de casca.

  • Farelo de trigo

O farelo de trigo é altamente fibroso (46%), mas a fibra é de boa digestibilidade. É bastante palatável, por isso muito usado em rações iniciais. O preço normalmente é alto, o que não compensa para um produto com baixo NDT e proteína.

  • Cevada (Resíduo de Cervejaria)

A Cevada apresenta matéria seca muito baixa e muito variável, então nunca se tem certeza da quantidade de alimento que está sendo fornecido. A grande quantidade de água inviabiliza o transporte e a estocagem (estraga rápido, cresce fungo). Portanto, é alternativa apenas para quem está próximo das fontes processadoras.

Além destas, são diversas as opções de alimentos concentrados para vacas leiteiras. No entanto, é importante frisar que o foco, pensando em custos, deve estar na produção de volumosos de qualidade e em quantidade suficiente. Não há possibilidade de produzir leite de maneira lucrativa apenas com concentrados.

Outro aspecto importante, é que não adianta uma dieta maravilhosa que a vaca não come. A preocupação deve ser em formular uma dieta que seja balanceada, produzida fielmente e consumida integralmente. 
 
Objetivou-se analisar o desempenho, a consistência de fezes e a viabilidade econômica de leitões
na fase inicial alimentados com dietas contendo diferentes inclusões de farelo de biscoitos. Foram
utilizados 48 leitões na fase inicial, para avaliação de dieta sem a inclusão de farelo de biscoito
(controle) e dietas com inclusão de 15% ou 30% de farelo de biscoito. Não houve efeito dos
tratamentos sobre o peso corporal dos leitões, consumo de ração e ganho de peso aos quatorze
e vinte e um dias de avaliação. Leitões alimentados com dietas contendo 15% de farelo de
biscoito apresentaram maior peso corporal e ganho de peso aos sete dias de avaliação e melhor
conversão alimentar que a dieta controle no período total. Os tratamentos não influenciaram
o escore de fezes em nenhum dos períodos analisados. Dietas contendo 15 e 30% de inclusão
de farelo de biscoito evidenciaram melhor viabilidade econômica em relação a dieta controle.
Farelo de biscoito pode ser incluso até 30% em dietas para leitões na fase inicial sem prejuízos ao
desempenho e à viabilidade econômica.
 
O milho e o farelo de soja são os principais ingredientes utilizados na formulação de rações
para suínos em virtude de sua composição nutricional que permite a complementariedade
recíproca de seus nutrientes limitantes, e assim sendo considerados como padrão de
comparação a outras dietas e matérias-primas. Para Cantarelli et al. (2007), o milho representa
a maior fonte de energia na dieta dos suínos e uma importante fonte de aminoácidos, que em
combinação com o farelo de soja, vitaminas e minerais, resulta em dietas que são consideradas
nutricionalmente bem balanceadas para suínos em crescimento e terminação. No entanto, a
diversidade de alimentos utilizados em dietas de suínos demonstra a capacidade do uso de
resíduos e subprodutos de unidades produtivas distintas, diminuindo o impacto de poluição
ambiental e agregando valor através da produção animal. Neste sentido, deve-se buscar
o conhecimento sobre as características dos alimentos, analisados quanto às suas origens e
variações, comparadas entre si e entre os valores referenciados (Santos et al., 2005) otimizando
seu uso.
Neste contexto, os subprodutos e resíduos da indústria de bolachas e ou biscoitos apresentam potencial para constituir uma fonte alternativa para a alimentação de suínos.
 
Segundo a Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (2010), o Brasil ocupa a posição de
segundo maior produtor mundial de biscoitos, com 1.206 milhões de toneladas produzidas
em 2009. Atualmente existem 585 indústrias de biscoitos no Brasil, com capacidade instalada
de 1.700.000 toneladas. No entanto, considera-se que uma parte deste volume se perde, devido
a inadequações do processo de produção e distribuição ao consumidor final. Em virtude das
exigências do mercado consumidor por produtos em condições ideais de apresentação, biscoitos
reprovados nos testes de controle de qualidade ou às vésperas da validade, tornam-se rejeitados
ao consumo humano.
 
Na tentativa de diminuir este desperdício, o uso destes resíduos ou subprodutos ara alimentação animal é uma alternativa sustentável. Seu principal ingrediente é a farinha de trigo, mas sua composição é muito variável em função da variedade de matérias primas originalmente utilizadas. Por possuírem
ingredientes de alto valor agregado, estes resíduos expressam ótimos valores nutricionais
aos animais. Segundo Boggess et al. (2008) estes resíduos normalmente possuem altos valores
em energia, em função de elevados níveis de açúcares e gorduras, conteúdo de proteína
e lisina similar ao milho, contudo com valor de sódio mais alto. De Blas et al. (2003) observaram
que este subproduto apresenta entre 8 e 11% de proteína, mas com disponibilidade de
aminoácidos elevada. Além disso, considera-se o caráter de alta palatabilidade pelo fato de serem
obtidos de produtos destinados à alimentação humana e que incluem formulações e aditivos
melhoradores de características sensoriais. Nesse sentido, trabalhar estrategicamente com alimentos digestíveis e palatáveis é fundamental para garantir o desempenho animal na fase de creche pois
trata-se de uma fase crítica em razão de agentes estressores, por qual o animal passa, como o
desmame, o reagrupamento, a mudança na alimentação, e a mudança de ambiente.
Assim, este trabalho foi conduzido com os objetivos de analisar o desempenho, a
consistência de fezes e a viabilidade econômica de leitões na fase inicial alimentados com dietas
contendo diferentes inclusões de farelo de biscoitos.
 
Palavras chave: resíduos de biscoito, alimento alternativo, suínos, viabilidade
 
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